quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Opinião do PCP na RVE - 23.10.2008

Fábula de Lafontaine
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Na fábula de Lafontaine o sapo queria tornar-se tão grande, tão grande, como o boi mas acabou por explodir em mil pedaços.
Como o sapo de Lafontaine estão inúmeros países que seguiram cegamente as orientações políticas, económicas e sociais do FMI, BM, OMC, etc… Clubes anti-democráticos de ricos organizados para exercerem a ditadura dos mercados.
Hoje, com o aprofundar da crise de superprodução, o desnorte é tal que por exemplo a Islândia, de um dia para o outro, passou de um país concentrador de riqueza avarenta, com origem na jogatana, para um país de mendigos. Ora tudo isto ruiu num só dia.
A bancarrota na Islândia e noutros países (EUA, Ingleterra) era e é anunciada por um punhado de lúcidos, inspirados no livro «O Capital» de Marx (a melhor análise do capitalismo até hoje realizada).
Esta contra-corrente económica (ao pensamento único) inteligente, contrária à irracionalidade do mercado, antevê:

· Uma crise sem precedentes a nível global no sistema financeiro e o contágio aos sectores produtivos;
· O combate por alimentos, combustíveis e habitação desafiando o capitalismo;

Não sendo esta a última crise do Sistema será certamente um aprofundar das contradições do sistema que culminará em luta, guerras pelos mercados, no declínio e na reorganização do imperialismo, e resultará na rapina e em mais sofrimento humano.
Nesta fúria assistiremos ao desmoronamento de economias atrás de economias, afinal a doutrina económica neoliberal, emanada das «divindades» capitalistas, foi seguida acafelamente e religiosamente pela maioria dos países. O modelo está omnipresente na Ásia, na Europa ou no Continente Americano.
Contrariamente ao que foi anunciado pelas elites governativas portuguesas – Portugal não é um “oásis”! É tão só um País em profunda e prolongada crise política, económica, social, cultural e moral há 3 décadas, dirigido por políticas de rapina vincadamente de direita que se atacaram às riquezas sociais.
Portugal nos últimos 10 anos vegeta numa profunda crise, seguindo as receitas e mesinhas impostas do exterior que nos empurram para a destruição do tecido produtivo nacional. Também nós explodimos como o sapo de Lafontaine, nestes anos de corrida para o abismo, em que a direita do PS, PSD e CDS avarentamente nos empurra.