terça-feira, 4 de novembro de 2008

OPINIÃO DO PCP NA RVE - 30/10/2008

PS, PSD e CDS/PP inviabilizaram na Assembleia da República a proposta do PCP que preconizava, através da Caixa Geral de Depósitos, a imposição de um tecto nas margens de lucro (o chamado spread) nos créditos à habitação.
Foi assim travada uma medida de grande alcance social que permitiria descer esta pesada factura que chega mensalmente às casas de mais de um milhão e trezentas mil famílias. De acordo com as estatísticas, esse é o número de empréstimos no nosso País no regime geral de crédito à habitação, correspondente a contratos que representam mais de 75% do total de empréstimos neste segmento do mercado, qualquer coisa como mais de 80% da dívida contraída, num valor acima de 82 mil milhões de euros.Face ao valor da Euribor e das margens de lucro da banca, tratava-se, para o PCP, de aliviar um pouco a situação de milhares e milhares de famílias, muitas delas já insolventes e, por isso, obrigadas a devolver os seus apartamentos e a perder o seu património, situação esta a que não serão alheios muitos entroncamentenses, que viram os preços dos empréstimos à habitação a disparar ao mesmo tempo que pagavam o IMI à taxa máxima.
Esta medida, garantiria a mais de um milhão e trezentos mil portugueses uma baixa imediata das suas prestações mensais, podendo atingir valores entre os 30 e os 100 euros.O papel do Governo, bem como da Caixa Geral de Depósitos enquanto banco do Estado, não pode continuar a ser o de defensor dos banqueiros e seus interesses, pelo que se impõem medidas concretas com implicações reais para as famílias que hoje se encontram com tais dificuldades.

Parece não ser esse o entendimento do Governo do PS que preferiu lançar mão de um fundo financeiro para intervir na área da habitação.
Ao que parece, as famílias em dificuldades poderão vender as casas a este fundo e ficar a pagar uma renda pelas mesmas, até conseguirem comprá-las de novo.
Não sei se estão a ver:
Será assim um Fundo, disfarçado de obra de caridade para os mais desfavorecidos mas que, segundo a informação disponível, virá a ser um poço sem fundo para os especuladores se livrarem de monos que não conseguem vender, nem nos leilões a preços de saldo. Para estes, é tudo lucro garantindo entradas de liquidez, com a venda de 400 mil casas nestas condições, muitas dos quais já resultaram de hipotecas de famílias que não conseguiram pagar as prestações.
Enquanto o pau vai e vem, folgam as costas, dirão alguns, sem terem qualquer noção da cadência das bordoadas, nem das suas consequências.
Para nós, comunistas, está mais que claro que é preciso retirar o pau aos verdugos, deixando-os sem possibilidade de malharem mais.
É URGENTE TOMAR MEDIDAS PARA IMPEDIR O ESTRANGULAMENTO FINANCEIRO DAS FAMILIAS
Basta de injustiças, É tempo de Lutar. É tempo de Mudar.