A Comissão Política do PCP «alerta para a gravidade das intenções declaradas pela actual presidência alemã da União Europeia de proceder à aprovação de uma "Estratégia a médio e longo prazo para Cuba" que prevê, além de sanções políticas e diplomáticas contra Cuba, um capítulo secreto de acções hostis, à semelhança do chamado "Plano Bush para o derrubamento do regime Cubano".»
Sobre as tentativas na União Europeia de intensificação de manobras de ingerência e ameaças contra Cuba
Nota da Comissão Política do PCP
O Partido Comunista Português alerta para a gravidade das intenções declaradas pela actual presidência alemã da União Europeia de proceder à aprovação de uma "Estratégia a médio e longo prazo para Cuba" que prevê, além de sanções políticas e diplomáticas contra Cuba, um capítulo secreto de acções hostis, à semelhança do chamado "Plano Bush para o derrubamento do regime Cubano".
A ser aprovada, esta nova escalada económica, política e diplomática contra Cuba significaria um inaceitável endurecimento face à "posição comum da União Europeia relativa a Cuba" aprovada em 1996 e já de si um acto de descarada ingerência e discriminação contra este País. Tal "estratégia" visaria obstaculizar as relações que, apesar da "posição comum", vários estados europeus, incluindo Portugal, mantêm com o Estado Cubano e constituiria um profundo desrespeito pelas relações de amizade, respeito mútuo e solidariedade que unem os povos de vários países da Europa e o povo de Cuba, como é o caso do povo português.
A tentativa de endurecimento da posição da UE face a Cuba é mais um sinal da perigosa convergência da União Europeia com a política externa da Administração norte-americana. A prová-lo está o facto de os autores e maiores defensores desta nova escalada contra Cuba serem, por um lado, alguns dos mais fiéis seguidores da política militarista e de ingerência da Administração Bush como a Republica Checa, Polónia, Eslováquia, Hungria, Lituânia e Eslovénia - membros do anti-cubano "Grupo de Amigos de Cuba Democrática" criado e dirigido pelos EUA – e por outro, as potências europeias do chamado "eixo transatlântico", nomeadamente Alemanha e Grã Bretanha.
O PCP reclama do governo português uma posição, no seio das instituições europeias, que rejeite quaisquer tentativas de aprovação da referida "estratégia" e que não associe Portugal a quaisquer medidas atentatórias da independência e soberania cubanas. Tal posição é a única consentânea com o respeito pela inalienável soberania das relações internacionais de Portugal, pelo Direito Internacional, pela Constituição da República e pelos laços de amizade e solidariedade que unem os povos de Portugal e de Cuba.
O PCP declara desde já que se oporá frontalmente à utilização da próxima presidência portuguesa da União Europeia para novas tentativas de aprovação de medidas que afrontem o inalienável direito do povo cubano, como de todos os outros povos, de decidir sem ingerências externas do seu próprio destino.
O PCP reafirma a solidariedade e a amizade dos comunistas portugueses para com os comunistas e o povo de Cuba, a sua revolução socialista e apela aos amigos de Cuba, aos democratas e ao povo português que façam ouvir a sua voz contra as novas tentativas de isolamento de Cuba e do seu povo.