quinta-feira, 1 de março de 2007

URGÊNCIAS HOSPITALARES - POSIÇÃO DO GOVERNO MERECE SER CONTESTADA

A Assembleia Municipal do Entroncamento, na sua reunião de 27 de Fevereiro de 2007 fundiu duas moções apresentadas, uma pela CDU posta à discussão logo no início do Período Antes da Ordem de Trabalho e outra apresentada de seguida pelo BE. A proposta de junção das moções partiu da CDU, pois o texto ia no sentido dos documentos apresentados pela CDU na COMURB, Câmara Municipal do Entroncamento e noutros municípios. No entanto a CDU exigiu que a moção final tratasse em pé de igualdade todos hospitais (a moção do BE só fazia referência ao Hospital de Torres Novas) e que, caso viessem a ser desencadeadas acções de protesto envolvendo as populações, fosse avaliado o modo e a oportunidade de, em nome da Assembleia Municipal, mobilizar a população do concelho para a sua participação.

Saliente-se também, que embora o PSD não tivesse apresentado qualquer moção, foram por esta bancada dados contributos e participação activa para a fusão (portanto a moção resultante ficou muito diferente das propostas iniciais, quer no conteúdo quer na forma:


  • A proposta de junção partiu da CDU e foi corroborada por todas as forças políticas;
  • O BE e o PSD, inicialmente, não concordaram com o apelo da CDU para as “acções de protesto”. No entanto este sentido acabou por ficar expresso no documento final;
  • A CDU exigiu que se colocassem em pé de igualdade os Hospitais de Torres Novas e de Tomar (tendo sido ultrapassada a principal debilidade da proposta do BE que só referia o primeiro e omitia o segundo);
  • O documento final teve o apoio expresso de todos os grupos políticos da Assembleia Municipal (PSD, PS, BE e CDU);
  • O documento aprovado deve, em abono da verdade, ser considerado como um documento síntese das duas propostas iniciais e dos contributos das restantes forças políticas que para isso contribuíram. Qualquer outra versão dos factos, é pura deturpação, ou, se se quiser, oportunismo de cuco.

Transcreve-se abaixo a moção aprovada pela Assembleia Municipal

MOÇÃO

O governo apresentou uma proposta de reestruturação das urgências hospitalares do Médio Tejo que não tem em conta as apreciações críticas já emitidas pelas autarquias, justificando todas as preocupações e fundados protestos.

Mais precisamente, o governo insiste na desqualificação e redução da capacidade de resposta quer da urgência hospitalar que nos está mais próxima, em Torres Novas, quer da de Tomar, remetendo-as para o nível de um Centro de Saúde.

A ir por diante, tratar-se-á de um retrocesso na prestação dos cuidados de saúde hospitalar, a agravar a já insuficiente resposta do Serviço Nacional de Saúde à população do concelho do Entroncamento.

Em consequência, a Assembleia Municipal do Entroncamento reclama

A urgente dotação do Centro de Saúde do Entroncamento com o número de médicos suficiente para que todos os munícipes tenham médico de família;

  • O reforço do sistema de emergência pré-hospitalar.
  • A garantia de transportes inter-hospitalares na área do Centro Hospitalar do Médio Tejo, garantindo a porta única.
  • A Assembleia Municipal do Entroncamento reafirma a sua não aceitação da redução dos cuidados de urgência hospitalares disponíveis no Hospital Rainha Santa Isabel, em Torres Novas, e no Hospital Na Sa da Graça, em Tomar.

Propõe que a Mesa da Assembleia e a Comissão Permanente acompanhem a situação e, caso sejam desencadeadas acções de protesto envolvendo as populações, avaliem o modo e a oportunidade de, em nome da Assembleia Municipal, mobilizar a população do concelho para a sua participação.

Propõe à Comunidade Urbana do Médio Tejo a realização de um encontro de todos os autarcas da sub-região para debater este assunto e procurar respostas para a defesa dos serviços de saúde prestados às populações

Propõe-se ainda enviar esta Moção, para conhecimento, ao Ministro da Saúde, Grupos Parlamentares da Assembleia da República e Comunicação Social

Entroncamento, 27 de Fevereiro de 2007

Os proponentes”