quarta-feira, 18 de março de 2009

Ciência & Tecnologia. Opinião do PCP - RVE 2009-03-19

Como se disse na Conferência Nacional do PCP sobre Questões Económicas e Sociais: “A escassez dos recursos afectos às actividades Científicas e Técnicas é um obstáculo maior ao desenvolvimento económico e social do País”.

Diz o documento saído desta conferência do PCP que: “O investimento em C&T e, em geral, em Actividades Científicas e Técnicas é um factor crucial para a concretização de uma política alternativa que efectivamente conduza à melhoria das condições de vida do povo português no quadro de uma democracia avançada, nos planos político, económico, social e cultural”.

O ritmo de criação de riqueza depende da maneira como são ligados os recursos humanos, materiais e financeiros às actividades económicas e sociais. Do investimento na qualidade dos recursos humanos, meios materiais depende a inovação de produtos e processos e a satisfação material da população.

Em Portugal, os sucessivos governos de direita do PSD, do PS, com ou sem CDS, funcionaram como travão ao desenvolvimento da Investigação e Desenvolvimento o que provocou a atrofia do sistema Cientifico e Tecnológico Nacional que não corresponde às necessidades sociais e económicas do País que se quer moderno, competitivo e democrático. Há 32 anos que a direita, no poder, aposta na mão-de-obra barata.

As políticas de direita, nesta área, não são obra do acaso. As políticas de direita nos gastos com C&T são conscientes e têm consequências económicas e sociais desastrosas para o desenvolvimento.

Assim, as políticas de Ciência & Tecnologia não chegam às micro-pequenas-médias empresas, não há “trabalho de campo”, e em muitas áreas, em vez de se criarem condições para a inovação, desmantelam-se meios de Investigação & Desenvolvimento que existiam. O pretexto é o mesmo de sempre: “não dá lucro – encerra-se”.

O Entroncamento sabe-o bem - o que poderia ter sido o embrião de um centro de investigação e desenvolvimento na área dos transportes e comunicações, no concelho, não passou de um “nado morto”. O Instituto Superior de Transportes e Comunicações, pensado no âmbito de uma política nacional de transportes, foi sentenciado de morte por despacho de um ministro do Governo de Guterres (em véspera de demissão do Governo), por não dar lucro. O ensino não tem de dar lucro…As despesas são externalizadas nas áreas produtivas...

Nos meses seguintes à queda do Governo de Guterres, o Governo PSD/CDS ,de Durão Barroso limitou-se a confirmar a decisão do Governo PS. E com isto lá se foi o sonho de um pólo de Ensino-Investigação- Desenvolvimento e Museologia no Entroncamento. Os Governos de direita sepultaram a política ferroviária nacional e, com isso, castraram o desenvolvimento ferroviário no Entroncamento.

As estruturas concelhias do PS e do PSD prometem-nos o regresso do Ensino Superior ao Entroncamento. Sim, muito bem…! só que nos tiram o Ensino Superior e toda uma perspectiva de desenvolvimento material e imaterial do concelho que não pode ser substituída por outro ensino qualquer. Os comunistas querem o regresso de um cluster ferroviário modernizado e preparado para o futuro.

O PCP diz que o País necessita de Outro Rumo e Uma Nova Política.