segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Interrupção Voluntária da Gravidez debatida no Cine Teatro - Entroncamento




Um debate, em dia de futebol, com intervenientes maioritariamente dos defensores do “SIM” (apesar de todos os movimentos terem sido convidados), onde mais uma vez os apoiantes do “NÃO” esgrimiram convicções centradas no primado da vida como se os defensores do “SIM” não estivessem, pela sua prática, muito mais empenhados, na criação de condições sociais e políticas que melhorem a maternidade, a paternidade e a educação sexual nas escolas, factores decisivos para uma melhor vida reprodutiva das mulheres.
O PCP, os “Verdes” e o Movimento pelo “SIM” representados respectivamente por Graça Mexia, Manuela Cunha e Augusto Praça foram categóricos na responsabilização dos diversos governos pela situação vergonhosa de perseguição das mulheres portuguesas (caso residual na Europa) e pelos atrasos e retrocessos nas áreas: penal, laboral, educacional dos jovens e planeamento familiar. Às afirmações do não de que os partidos não deviam imiscuir-se no debate para o referendo, tiveram pronta resposta por parte de Graça Mexia: os sectores mais retrógrados da igreja vão fazer tudo e lançar mão dos argumentos de terror para não perderem esta guerra. Os argumentos são tão primários que levaram as restantes instituições religiosas a demarcarem-se daquilo que consideram exageros. A calúnia, a desestabilização e a dramatização atingiram tal dimensão que alguns adeptos do “Não”, presentes, reconheceram que nem todos defendiam posições extremistas (não estariam na mesma “onda”) do tipo: “matar bebés e criancinhas”. Refira-se ainda a prestação da Dra Luísa Portugal, que “a título pessoal”, também contribuiu para um debate esclarecedor.