quinta-feira, 2 de abril de 2009

Desporto e Cultura - Opinião PCP na RVE


Já no tempo dos gregos havia a noção de equilíbrio e de harmonia, no desenvolvimento humano, com a máxima - mente sã, em corpo são - isso ficou-nos como legado dos clássicos.

E hoje como estamos de cultura física e intelectual no Entroncamento?

A CME pratica uma política espartana dando razoável importância ao desenvolvimento físico dos jovens, sobretudo ao nível das elites, mas é manca na política de desporto de massas e, pior do que isso o acesso à cultura ficou para trás nas prioridades do poder.

Depois do primeiro mandato do PSD em que se trucidou o gosto pela cultura com iniciativas de duvidosa qualidade à palete, seguiu-se uma das mais gravosas medidas do 2.º mandato: a implementação da proposta do Bloco de Esquerda de instituir entradas pagas nos eventos culturais - ou seja, a institucionalização do princípio neoliberal do utilizador pagador segundo o qual só se consegue dar o devido valor a um bem se o mesmo for mercantilizado.

Esta ideia doutrinária não lembraria alguém de esquerda. Não basta a palavra “esquerda” num pano de fundo de um qualquer palanque de comício para se ser canhoto nos ideais.

A cultura e o desporto para os comunistas são componentes básicas na formação harmoniosa do indivíduo, cabendo ao Estado central ou local garantir a universalidade no acesso aos bens culturais, apoiar a criatividade intelectual e promover o bem-estar físico das pessoas.

Para os que acham que o desporto e a cultura devem ser reservados às elites, como se enganam: sem cultura o obscurantismo contagia mais que a peste bubónica e torna-se dominante e avassalador, uma epidemia que acaba por afectar até os mais esclarecidos.

A democraticidade cultural básica não existe no concelho, procurando-se iludir a sua ausência com o recurso ao mercado cultural nas suas facetas mais destrutivas da diversidade.

O Entroncamento é hoje uma referência no desporto formativo, pobre nos desportos de massas e absolutamente estéril na criatividade cultural, muito por culpa da ausência de políticas viradas para o homem integral.

O PCP exige um desenvolvimento local equilibrado da cultura e do desporto no apoio à profissionalização e à formação dos públicos e praticantes.