quinta-feira, 9 de abril de 2009

O Principio do Fim da Ferrovia no Concelho - RVE - Opinião do PCP

Dizíamos há dias que “O Planeamento e a Gestão do Território têm por finalidade e objecto o ordenamento territorial, com especial atenção na análise da distribuição dos locais destinados à habitação, às actividades produtivas e outras ocupações, bem como das formas de utilização dos espaços”.
Mais à frente acrescentávamos que, “Para o PCP, estes instrumentos, como criação política são embebidos de carga ideológica e pendem sempre para um dos lados: os interesses da população ou os interesses particulares dominantes”.
Assim, é com especial preocupação que seguimos o desenrolar da Revisão do Plano Director Municipal no que concerne ao território ferroviário do entroncamento gerido pela REFER do Grupo CP, com ou sem projectos Europan ou outros artefactos.
A REFER através da sua Empresa INVESFER elaborou um estudo onde diz valorizar o seu património Ferroviário no Entroncamento. Esse mesmo estudo tem uma orientação clara e inequívoca: desafectar 2/3 dos actuais 170 hectares da área ferroviário e destina-los à especulação imobiliária para milhares de fogos.
A CDU compreende a necessidade de incluir na malha urbana os 5 hectares do Museu Nacional Ferroviário, assim como os 19 hectares do Bairro Camões, alguns hectares na envolvente à estação para comércio e serviços e até converter algumas áreas por períodos de 30-50 anos a outras actividades produtivas.
No entanto, opomo-nos à destruição do complexo de Formação Profissional Ferroviário do Entroncamento (26 hectares), Opomo-nos à desafectação da área de armazenamento de materiais (20 Hectares) e por fim não concordamos que se desafectem terrenos de reserva de expansão ferroviária (39 Hectares) para a especulação imobiliária.
Este projecto significa a eliminação das infraestruturas da formação profissional ferroviária, o desaparecimento da triagem da CP/cargas, a deslocalização para Lisboa do Posto de Comando REFER/CP e o encerramento de postos de inspecção diversos, na continuação do encerramento do Intituto Superior de Transportes e Comunicações.
Na autarquia, o PSD, e os outros que p´ra lá andam, durante este mandato, esqueceram-se de aprofundar a discussão em torno desta questão. No actual processo de Revisão do Plano Director Municipal é óbvio que o PSD tem disponibilidade para viabilizar o projecto INVESFER - a troco de concessões pontuais à câmara: uma biblioteca “chave em mão”, uns terrenos de cedência obrigatória, uma ligação concelhia norte/sul...
Esta "valorização do património da REFER", significa para o futuro da população de Entroncamento: a continuação do processo de desmantelamento do sector ferroviário, o encerramento de postos de trabalho, a destruição de riqueza, o agudizar das dificuldades no comércio e serviços locais e a longo prazo o enfraquecimento, o definhar até o fim da ferrovia no concelho.